Ativismo mercadológico style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever"> Uma das dimensões do capitalismo, debatida há mais de um século, envolve sua capacidade de mercantilizar elementos sociais. No universo em que vivemos, tudo pode ser mercantilizado e transformado em um ativo, que agrega valor a um determinado produto. Escutando a ex-empresária da Anitta, Kamila Fialho, no podcast Corredor 5, além de ficar evidente a sagacidade dela enquanto empresária, um elemento latente no discurso foi a questão do investimento em educação e da necessidade do artista levantar uma bandeira política. Em suma, Kamila trouxe à tona a questão de um artista, principalmente, associado ao contexto do Funk, ter como precondição a construção de sua imagem a definição de um posicionamento político. CONSTRUÇÃO DE CARREIRA O que faz um artista ser amplamente conhecido na atual conjuntura? Esta questão envolve outra reflexão importante, o que atrai a atenção da mídia? Alguns elementos aparecem em vários comentários e discursos, dentre eles, temos a humildade, o local de origem (em geral simples) e um marcador político. Em si, esses elementos não são um problema, pois pessoas engajadas politicamente, oriundas de locais menos abastados e humildes existem em quantidade na sociedade brasileira. Quando artistas com esses elementos aparecem na mídia, qual é a finalidade de sua imagem ter esses elementos em destaque? A resposta é bastante simples: ganhar dinheiro. Estamos presenciando um contexto de apropriação do ativismo político como meio para ganhar seguidores e, em última instância, dinheiro. Ou seja, o mercado, em especial o fonográfico, está se valendo da "lacração" como forma de ampliar sua receita financeira. REFLEXÕES IMPORTANTES Sem sombra de dúvidas, levar pautas políticas para o contexto popular não pode ser considerado algo negativo em si. Quanto mais conhecimento estiver distribuído na sociedade, melhor. Entretanto, a apropriação mercadológica de pautas políticas gera um evidente conflito de interesses. A lógica de mercado visa a maximização do lucro, e portanto, o interesse é individual. A política visa a resolução de conflitos coletivos, por conseguinte, apresenta um interesse difuso. Determinadas discussões políticas serem apropriadas por celebridades com o intuito de melhorar sua imagem e ganhar mais dinheiro, me parece não ser algo exatamente produtivo para as pautas defendidas por esses artistas. A tendência da apropriação política do mercado é a exaltação do discurso, mas sem grandes movimentos para mudanças reais na sociedade, ou seja, o que está em jogo é apenas a imagem para o mercado e não mudanças sociais reais.
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Covid-19, mídias sociais e democracia style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever"> Dado o momento atual que incide novamente a nossa região e o planeta, diante da pandemia Covid 19, o distanciamento social e o uso demasiado pelas mídias sociais refletem a questão do valor da democracia e a implicação pela concepção das condições e direção que esta pode tomar, se não houver controle na divulgação das redes e mídias sociais por meio da internet. O conhecimento de sociedade democrática se expõe qualificada por uma forma de igualdade de status entre seus membros, o que envia, de imediato, à teoria social estabelecida por Alexi de Tocqueville em A democracia na América. O que significa que a democracia circunda uma forma de tomada de decisões e de exercício de poder político, com a participação do povo, pela representação e exercício de poder. Determinados acontecimentos recentes na história da política internacional, bem como nacionalmente, alçam inquietudes que principiam a problemática deste tema em exibir a utilização indevida ou manipulada das ferramentas utilizadas via internet, e assim pode ou não atingir a direção da democracia. De tal modo, para esta discussão, se faz necessário apresentar o significado, elementos constitutivos fundamentais e principais características do modelo empregado de Democracia. A importância da problemática se dá por se entender que a democracia é exatamente reconhecida como instrumento viabilizador da participação do povo, esses devem exercer a responsabilidade deliberativa, livre e em igualdade. De outro lado, a internet, resultado das transformações e inovações tecnológicas, aufere usuários que se apresentam tanto experientes quanto iniciantes, tornando-se ao mesmo tempo neste cenário organizadores, comentaristas e protagonistas de protestos, manifestações e até mesmo articulações políticas. É neste sentido que as redes ou mídias sociais podem se tornar instrumento de espaços de participação social organizada. Mas, categoricamente necessitam dentro da realidade, apresentar suas potencialidades e os limites dessas redes, pois a sociedade pode não estar preparada para utilizar de maneira eficaz tal instrumento para a defesa de direitos, de debate sociopolítico ou de novos ou projetos, o que pode levar a serem manipuladas social ou politicamente. As mídias e redes sociais têm sido empregadas em mobilizações sociais e políticas com variáveis positivas ou negativas, principalmente neste momento na prevenção e combate a Covid-19. É recursivo notar que podem ser instrumento para grupos xenófobos, racistas, terroristas, políticos que se mobilizam para disseminar seu discurso fundamentalista ou ideológico, ou ainda de maneira indiscriminada rotulando injustamente por calúnia ou difamação. Essa evolução provoca, então, em se conhecer as potencialidades, características e ameaças das redes e mídias sociais, para na defesa de direitos e de quem possui empenho em utilizá-las como instrumento de participação, e que se conserve a Democracia contínua, sem manipulações ou uso indiscriminado. O debate se mostra pertinente à importante advertência em função do fato da democracia ser ostentada como pretexto e justificativa de atos, tanto de governantes justos como de déspotas, de cidadãos bem intencionados ou não. Sendo que na contemporaneidade esses contam com o avanço tecnológico, de maneira que a internet e suas ferramentas estão á disposição para quem deseja usá-las devidamente ou contrária. É diante desse cenárioo que se justifica fundamental atentar sobre a real natureza de toda utilização da internet e o consequente significado da democracia.! |